sexta-feira, 18 de junho de 2010

Seríamos capazes?

No Dia Internacional da Mulher, no curso "Ative sua memória", fomos convidados a pesquisar sobre uma "Grande Mulher".

O tema era bastante simples, mas na hora de procurar havia tantas e tantas a serem homenageadas, desde nossas queridas mães, exemplares batalhadoras, amadas pessoas, passando por nossas avós, tias, amigas, professoras, Nossa Senhora, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Zilda Arns até aquela mãe desconhecida, catadora de papel, que lutou para criar os filhos e perdeu o mais velho, em Pernambuco, por vingança de assassinos. Quem homenagear se todas merecem por suas diferentes lutas?

Homenageei a mãe desconhecida, a mãe pobre e sua luta, lógico que mencionei minha mãe, mas em especial, atendendo à solicitação da coordenadora, para que fosse alguém diferente, de luta pública, citei IRENA SENDLER, história que conheci através do título "As mães dos meninos do holocausto", traduzido do espanhol por Manuel F. del Castillo.

É uma vida de coragem e desprendimento, coragem por enfrentar os nazistas e desprendimento pois não pensou e se pensou deixou para segundo plano, que se descoberta seria morta.

Será que farímos isso? Desafiarimos os temidos alemães, sem pensar em nós mesmos ou em nossos familiares? Eis alguns trechos do texto:

" Irena Sendler era uma heroína desconhecida fora da Polonia e apenas reconhecida no seu país por alguns historiadores, já que os anos de obscurantismo comunista apagaram sua façanha dos livros de história oficiais.

Em 1999 sua história começou a ser conhecida graças a um grupo de alunos de um Inst. do Kansas-EUA que realizou um trabalho sobre os heróis do holocausto.

Nas investigações deram com poucas referências sobre Irena e só existia um dado surpreendente: havia salvo 2500 meninos.

Mas a maior surpresa chegou quando após buscar o lugar da tumba de Irena, descobriram que não existia porque ela ainda vivia e de fato ainda vive.

Hoje é uma anciã de 97 anos de idade que reside num asilo no centro de Varsóvia, num quarto onde nunca faltam flores e cartões de agradecimento do mundo inteiro.

Em 1942 os nazistas criaram um gueto em Varsóvia e Irena, horrorizada pelas condições de como se vivia naquele lugar uniu-se ao"Conselho para ajuda aos Judeus."

Como os invasores tinham medo de que se desencadeasse uma epidemia de tifo, aceitavam que os poloneses controlassem o lugar.

Era terrível: tinha de convencer os pais de que lhe entregassem seus filhos e eles lhe perguntavam:
- Pode me prometer que meu filho viverá?
Como poderia prometer se nem sabia se poderia sair com eles do gueto?

Com a ajuda dessas pessoas(do Departamento de Bem Estar Social) eleborou centros de documentos falsos, com assinaturas falsificadas, dando identidade temporária aos meninos judeus.

Foi quando inventou um arquivo que registrava os nomes dos meninos e as suas novas identidades. Anotava os dados em pedaços pequenos de papel que enterrava, dentro de potes de conservas, debaixo de uma árvore de maçãs, no jardim de seu vizinho.

Em 20 de outubro de 1943, Irena foi detida pela Gestapo e levada à prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada.

Irena era a única que sabia os nomes e onde se encontravam as famílias que albergaram meninos judeus, suportou a tortura e se recusou a trair seus colaboradores ou a qualquer dos meninos ocultos.

Quebraram-lhe os pés e as pernas, além de sofrer inúmeras torturas, mas ninguém conseguiu romper a sua vontade.

Foi condenada à morte, mas a sentença nunca se cumpriu porque a caminho do lugar da execução o soldado a deixou escapar.

Oficialmente ela constava nas listas dos executados. A partir de então, continuou trabalhando, mas com uma identidade falsa.

Os meninos só a conheciam com o nome de JOLANTA.

Anos mais tarde, quando sua historia saiu num jornal junto com suas fotos, diversas pessoas começaram a chamá-la para dizer:
-"Lembro de seu rosto... sou um daqueles meninos, lhe devo a minha vida, meu futuro e gostaria de vê-la!".

Seus pais lhe ensinaram:
"Ajude sempre a quem estiver se afogando, sem levar em conta a sua religião ou nacionalidade. Ajudar cada dia alguém tem de ser uma necessidade que saia do coração".

"Poderia ter feito mais."
Responde sempre

"Não se plantam sementes de comida, plantam-se sementes de bondade.
Tratem de fazer um círculo de bondade, estes os rodearão e farão crescer mais e mais.
(Irena Sendler).


Só que Irena Sendler faleceu aos 98 anos de idade conforme mensagem recebida em 0l.04.2010 de minha prima Rita


Um abraço a todos. Amo muito todos em Deus.
Será que sou só um pouquinho de Irena Sendler?

3 comentários:

Rita Zambelli disse...

Querida prima
Somos um pouco da cada uma dessas que citou. Porque fazemos tudo o que podemos e temos capacidade!
Tenha certeza de que só não fazemos mais, ou porque não nos foi solicitado ou porque tinha uma outra mulher fazendo primeiro.
Quando penso nisso, penso que, se sou capaz de socorrer um animalzinho jogado na rua, com frio e com fome; se sou capaz de pegar uma criança que ia ser abortada e encontrar um lar cheio de amor pra ela e, agora depois de quase 30 anos saber que é um rapaz bem formado, educado e pessoa maravilhosa; se sou capaz de ter passado bons principios e consciência etica para meus 3 filhos; se sou capaz de ajudar minhas filhas a criarem seus rebentos; se convivo com o mesmo homem ha mais de 35 anos com amor, carinho e acima de tudo respeito, provavelmente seria capaz de ajudar crianças e enfrentar o nazismo sabe porque? Porque não suportamos ver o sofrimento alheio. Olhamos nos olhos de crianças mas enxergamos seu coraçãozinho!
é isso ai prima... parabéns
beijos

margaretzms disse...

Minha prima Rose diz:
-Que bom termos 50 anos. Mudamos, firmamo-nos como pessoa e como mulher.
É isto Rita, a maturidade torna-nos mais "poderosas".Obrigado pela visita. Margaret

Nadir E.M.Soler disse...

Acredito no poder do amor, acredito que estamos sempre no lugar certo, na hora certa, pra ajudarmos uns aos outros.Alguns de forma exuberante, como a mencionada em seu artigo, algumas de formas simples, anonimas, que passam despercebidas, mas, diariamente, a todo momento tem alguem fazendo o bem, incondicionalmente, porque esta e a lei "amar o proximo", e sempre ha uma mao estendida. Ajudamos as vezes sem o saber, por um comentario ou um sorriso a salvar uma vida, que estava desesperada e mudou o rumo apos ouvir nosso comentario, tem tantos misterios no mundo, mas, acredito que Deus esta sempre pondo uma pessoa, um mensageiro pra cumprir Sua vontade e de alguma forma ajudar um filho seu. Lindo artigo, me emocionou, tenho orgulho de ser mulher, admiro as pioneiras que lutaram pelo direito da mulher,e as ate hoje lutam, porque ainda nao ha igualdade, e em certas partes do mundo a mulher ainda e super desvalorizada, sem direitos humanos. Pra mim a mulher e a expressao do amor
e esta sempre em acao, como mensageira divina, assim como o Pai esta sempre em acao.